quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Pacemaker

Sim, é mesmo verdade, tenho um pacemaker. Não estou a dizer isto para toda a gente saber e ficar de boca aberta "Ah, coitadinha, tão nova! Como é que isso aconteceu?!" É mais para acabar com a especulação ("É mesmo verdade que implantaste um pacemaker?") e para partilhar, porque não?
Pacemaker: ok, se não há mesmo nada a fazer..., até vai ser engraçado, vou ser diferente das outras pessoas. AAAHHHH, uma coisa estranha no meu corpo, uma bola no meu peito, os meus decotes arruinados; esqueci-me de tudo o que aprendi sobre pacemakers, detesto hospitais; até posso morrer, se alguma coisa correr mal! Olha, que se lixe, vou ter que fazer isto.
Resumidamente foi esta a minha reacção ao longo do tempo, depois de saber a notícia.
Quando me ligaram a dizer que seria na semana seguinte... "Já? Mas não podia ser daqui a um mês?" Eu, que me estava sempre a queixar que nunca mais ligavam e que já me imaginava a descarregar a minha fúria em cima de uma funcionária do hospital!
Para um profissional de saúde, ser doente é quase surreal. É o outro lado. Já não é preciso tentar compreender aquilo que muitas vezes nos repetem durante o curso: pôr-se no lugar do doente. Espera-se e desespera-se.
Tanta ansiedade para quê? 32 minutos na sala de Hemodinâmica? Eu sei Rita, não valia mesmo a pena o stress.

2 comentários:

  1. Foi isso que eu te disse, mas só depois de passar pela situação é que a consegues avaliar...é mesmo assim... a nossa vida é composta por inúmeros desafios e tua passas-te neste com distinção...

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  2. tens razao... a especulação ja tinha chegado a santa maria... :P
    fico contente que tenho corrido bem Ines Mobitz!
    beijo Laura

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